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Gata Negra #42: Achados e Perdidos

Gata Negra #42: Achados e Perdidos

Felicia novamente se encontra com Ben Reilly, e dessa vez o clima esquenta! A S.H.I.E.L.D. inicia as ações com as novas integrantes dessa célula especial em Metrópolis e... qual será o plano de Silver Sable e do Estrangeiro, que envolve a Gata Negra?

Consulado de Symkaria, Costa Oeste

O casaco de peles de ursos polares logo é jogado sobre a mesa de centro. Sem dizer uma só palavra, a mulher pega uma garrafa de champanhe, se serve numa ornada taça e se senta ao sofá. O homem já acomodado sorri. 

- Separados há tanto tempo, mas meu corpo ainda reconhece o seu, Silver Sable. 

- Não comece. Fiz uma viagem cansativa, Estrangeiro. 

- Onde está o general Lane? 

- Ficou em Symkaria. Vai nos dar as ordens de lá. 

- Confia nele? 

- Ele não confia em você. 

- E você? Em quem confia? Em mim? Nele? 

- Em mim. 

Silver enche uma taça e serve Estrangeiro. 

- A quê vamos brindar? – pergunta o ex-marido. 

- À nossa conquista. 

- Tem novidades sobre Felicia Hardy, a Gata Negra? 

- Com saudades dela? 

- Você sabe que eu não resisto e uma mulher de cabelos platinados. Meu ponto fraco. 

- Ela está numa célula da S.H.I.E.L.D. em Metrópolis. 

- Meu pensamento alega que Nick Fury está com o mesmo propósito que o nosso, mas minha experiência diz que a ladra está apenas sendo preservada. 

- O que ela faz lá não nos interessa. Nosso objetivo é tira-la dessa célula e trazê-la para cá. 

- Quando nosso plano entra em ação? 

- Ainda hoje. Vamos iniciar o envio das informações para o computador da S.H.I.E.L.D.. 

- Você está brincando, não? A rede da S.H.I.E.L.D. é praticamente inviolável. 

- Para quem quer atacar os servidores, sim. Nós apenas vamos fazer alterações... 

Estrangeiro bate palmas, interrompendo a conclusão das palavras dela. 

- Magnífico, Silver Sable. Felicia Hardy é uma ladra, e como toda ladra, é curiosa. Não vai tardar muito para que ela busque as informações que a S.H.I.E.L.D. tem sobre ela. 

- O único problema é como ela vai fazer isso. Não sabemos se ela terá acesso livre aos computadores de lá. Você sabe como Nick Fury é. 

- Sei tanto que afirmo: a presença de Felicia nessa célula não foi por acaso. Ela deve ter algo que interesse a ele. Uma troca de favores, compreende? 

- Ótimo. Caso não der certo vamos usar a outra opção. Entregar pessoalmente as informações. 

- Tenho dúvidas sobre essa ação. Mesmo Felicia recebendo essas informações que vamos plantar, que garantias temos de que ela vai acreditar? 

- Ela é previsível. Estudei muito sobre o psicológico dessa ladra barata. Ela é louca e ama o pai. 

- Estou entendendo. Não sei porquê nos separamos... 

As taças se chocam. Um novo brinde. 

Metrópolis, restaurante italiano

Mais uma fuga. Se bem que pra Felicia não importa se os agentes da S.H.I.E.L.D. sabem ou não que ela não está lá. Ela já foi avisada que está proibida de deixar a célula pelos motivos já exaustivamente anunciados. 

Mas ela é livre, oras. 

E teimosa. 

E sabe muito bem como sair de um lugar sem ser descoberta... 

O que ela quer é afogar uma tristeza, uma saudade, vendo aquele homem tão parecido com quem ela ama... e de quem ela vai ter um filho. 

E nesse restaurante, Ben Reilly e Felicia Hardy almoçam. 

- Você não está engordado, comendo desse jeito? 

- Meu metabolismo não permite. Parece que tenho uma ameba dentro de mim que me impede de engordar. 

- Ou são suas peripécias... 

Os dois dão risada. 

- Como sinto falta desse sorriso. 

- Felicia... acha mesmo que tá sendo bom pra você ficar se encontrando comigo? Não estou te fazendo mal? 

- Pelo contrário. Só que eu não quero falar dessas coisas, Ben. Estou insegura. 

- Em relação a... 

- A minha vida. Sem expectativa. Sem rumo. Você, não sei como, me ajuda a me sentir menos mal. 

- Eu queria que você fosse sincera com Peter. 

- Não quero falar dessas coisas, já disse. 

- É necessário! 

- Você acha que é fácil pra mim, Ben? 

- Não, mas pare de justificar seus atos! 

- Pare de falar como Peter! Você não é ele! 

Ben ergue as sobrancelhas, numa mistura de susto, alívio e inveja. 

- Sabe, Ben... quase ninguém sabe de uma história que vou te contar agora. 

- Devo pedir mais massa? 

- Bobo! Na minha festa de 16 anos... a festa que toda menina americana sonha, sabe o que eu fiz depois que cantaram “parabéns pra você” e ganhei um conversível da minha mãe? 

- O quê? Foi dormir com seu namoradinho? 

Felicia olha feio para Ben. 

- Não. Eu fui tentar tirar meu pai da prisão! 

- Você o quê? 

- Meu namoradinho queria mesmo dormir comigo, mas... Eu não sou normal, Ben. Que garota deixaria a festa sweet sixteen pra soltar o pai? Apesar de essa primeira tentativa não ter dado nada certo...

- Primeira?

Os dois dão risada. 

- Assunto pra outro jantar, gatão.

- Eu compreendo...! 

- Você não compreende, não minta. E isso me leva a outro assunto. 

- O pai do seu filho? 

- Ben, olha... 

- Deixa eu te falar uma coisa. 

- Eu... 

- Me deixa completar o que disse antes. 

Felicia novamente olha feio. 

- Sobre Joe Luto? 

- Tem a ver. Eu acho que Peter tá namorando. 

- Como assim? 

- Ele estava preocupado com uma colega de trabalho dele. Parecia bem interessado nela. 

Os ombros de Felicia, antes tesos, quase tocam a mesa. 

- Eu consegui esse emprego pra ele! Olha como ele me agradece! 

- Felicia... A pior parte é que há uma suspeita de que Mary Jane seja um clone. 

- Ele não perdeu tempo! Já arrumou outra! Não me considera! 

- Que você tá falando? Ouviu o que eu disse? 

- Ben, meu mundo tá desabando. 

- Seu mundo? O mesmo dos 16 anos? MJ pode ser uma farsa, como eu! Deixe de ser egoísta! 

- Eu não sou egoísta! Apenas sou preocupada com a minha vida! MJ e essa namoradinha de Peter não me interessam! 

- Por isso que sua vida é assim, Felicia! 

- Minha vida é assim porque eu sou assim, Ben. Eu não sou uma mulher normal. Não tenho aqueles sonhos de casar, ter filhos... constituir família! Eu não quero terminar como minha mãe: sozinha! 

- Só porque aconteceu com seus pais não quer dizer que... 

- Para com isso! – Felicia começa a gritar – Você não me assume porque eu sou independente demais pra você! 

As pessoas no restaurante se calam e olham para o casal, indignados, comentando o escândalo. 

- Eu não sou Peter! – e olha sério para Felicia. 

Felicia abaixa a cabeça. Os ânimos são acalmados. 

- Desculpa, Ben. Eu vi você... tou irritada... me confundi... 

- Ok... – Ben pega na mão da companheira. 

- Ele que é egoísta, Ben. Ele não aceita o fato de eu ser independente, nem a vida que escolhi. Por isso ele nunca me assumiu. Ele é o herói egocêntrico, que quer todos os holofotes apenas para ele. Daí me culpa sempre por não me querer. 

- Isso não é verdade. 

- Claro que é! Desculpas como “você quase morreu nas mãos de Octopus...”, ou “você é uma ladra...”, e essa: “você nunca deixaria de ser a Gata Negra pra ficar comigo”, mas a melhor de todas é: “você não ama Peter, e sim o Aranha”. Ele fala isso como se a coisa mais importante que ele fizesse – e gostasse – fosse ser Peter Parker! Ele quer enganar a quem? 

- Eu sei que... 

- Nem vem. Ele deixaria de fazer algo por mim? Hein? Nunca deixaram de fazer nada pra me agradar, muito menos ele. Eu já nem sei mais se esse filho realmente é uma bênção. 

- Não fala besteira. 

- Ele vai me acusar de ter dado o golpe da barriga! 

Ben gargalha. 

- Não seja infantil, Felicia. 

- O problema não é só meu, Ben. Ele sempre prefere as coitadinhas, as vítimas... eu sou muito pra ele. 

Felicia começa a chorar. 

- Eu o amo, Ben. Eu sou capaz de matar por ele. Peter nunca percebeu isso... 

- Percebeu sim. Ele se preocupa com você, Felicia. Fale logo que ele é o pai. 

- Nunca! 

- Não se preocupa com as consequências? 

- Ben... eu não sei lidar com isso, entenda. Mesmo se eu contar pra Peter da criança, ele não vai ficar comigo. Somos incompatíveis. E pra piorar, seremos mais alvo ainda pros inimigos. A decisão foi tomada. 

- Você tá me assustando... 

- Desculpa o desabafo. É o que eu penso. 

- Você precisa se acalmar. 

- Eu não sei o que fazer, Ben. Como sempre... 

Felicia segura o choro. O garçom traz a comida pedida há tempo... 

Sala de Comunicação, braço da S.H.I.E.L.D., Metrópolis

Sentados à grande mesa, estão Carol e o coordenador da célula, Sam Hicks. Espalhados sobre o móvel de metal pesado, folhas de papel, pastas, envelopes, fotos, mapas... 

- Agente Hicks... 

- Sam... 

- Agente Hicks – e um olhar sério – não consigo entender o que você está dizendo. 

- É complicado, mas ainda existe escravidão no mundo. 

- Isso eu sei, mas na América Central? A faixa territorial é muito pequena, pra que essa gente? Que serviço eles realizam? 

- É o que eu quero que vocês descubram exatamente, Carol – o agente a olha – Posso te chamar de Carol? 

Carol sorri e balança a cabeça, positivamente. 

- Eles não são enviados para países desenvolvidos, como Estados Unidos e Canadá, ou em vias desenvolvimento, como Brasil e México. Tampouco cruzam o Atlântico. 

- Os países da América Central vivem de turismo, exportação de produtos primários... não há indícios de minas! Não compreendo ainda. 

- Registros de águas internacionais revelam grande movimentação na costa caribenha da Costa Rica. 

- Hum... ao menos a Costa Rica é aliada do nosso governo. Mais fácil, não? 

- Sim, de fato, mas eles não têm forças armadas. 

- Como um país vive sem Exercito, Marinha e Aeronáutica? 

- Sendo praticamente o único aliado bélico dos Estados Unidos na região. 

Carol vibra. 

- Em algumas horas quero que você, Felicia e Julia me encontrem aqui para uma reunião. Vou apresentar novas informações, as funções, explicar os problemas dessa que, provavelmente, será a primeira operação realizada por vocês, que integram a força-tarefa dessa célula da S.H.I.E.L.D.. 

- Não vejo a hora. 

- Fique com esses impressos para criar alguma estratégia ou descobrir algo que tenha me fugido. 

Em seguida, se retira da sala. Nos pensamentos de Carol, é um teste, pra ver se ela realmente é eficiente como dizem pelos corredores dos quartéis generais de heróis ou militares... 

Ginásio de treinamento, S.H.I.E.L.D.

Sozinha no centro da quadra. Roupa encharcada de suor. Assim como o rosto e os cabelos. Julia olha para a arquibancada – vazia – e sorri. 

- Cansada já? 

Julia olha e o sorriso é mantido, ao ver Carol. 

- Treinamento pesado. 

- A gente bem que podia testar uns ataques em conjunto, né? 

- Tipo combinações? Claro! Amanhã? 

- Pode ser. 

Carol se senta no chão, de pernas cruzadas. Julia a acompanha. 

- Não aguento mais ficar parada, amiga. Sinto falta da ação. 

- Tudo tem seu tempo, amiga. 

- Sim, eu sei. Mas pensei que vindo pra cá voltaria a agir de novo. 

- Sente falta da pancadaria, né? 

- Nem imagina como me senti bem naquele episódio do porto em Nova York. 

- Eu vi! 

- Vou te falar um segredo... Uma coisa que vem me incomodando muito. 

- Pode confiar em mim. 

- Eu sei. Essa ociosidade está me matando e... hum... 

- Fala, amiga. 

- Estou com sede. 

- Sede? Tem água na... 

- Sede, amiga – e faz sinal de aspas com os dedos das mãos. 

- Ah não, Carol! 

- Acredite. A abstenção tá me deixando irritada. Por isso preciso urgente de ação. 

- Você tem que ser forte e ter paciência. Seu tratamento foi tão produtivo! 

- Eu preciso de vocês. Não posso... não devo... não quero cair em tentação. Voltar a beber me levaria praquele fosso que lutei muito pra sair. 

- Você lembra das besteiras que fazia quando bebia? 

- Infelizmente. 

- Então, toda vez que sentir essa sede – e faz o sinal de aspas com os dedos – lembre dos vexames e dos problemas que você causou. 

Carol abaixa a cabeça e deixa uma lágrima escorrer. 

- Desculpa se estou sendo dura, amiga, mas quero o seu bem. Você me motiva pra ser uma heroína melhor a cada dia! 

Carol abraça Julia com força. Ato interrompido por um: 

- Nada contra, mas depois de velhas vão sair do armário? 

O momento de amizade desfaz-se, ao verem Felicia. 

- Onde você esteve? – pergunta Julia. 

- Nossa, eu aqui feliz por saber que Nick autorizou que Rachel pudesse ter a vida de criança de volta, e você me trata assim? 

- Estava preocupada. 

- Tava dando umas voltas pelas instalações da SHIELD... 

- Você não me engana, Felicia. 

- Nem a mim. – diz Carol. 

- Tava conversando em particular com meu filho... Esperaí, Carol, cê tava chorando? 

- Ela – diz Julia – e eu... 

Carol chuta discretamente a perna de Julia e a olha como se dissesse “deixa Felicia fora dessa, ela tem problemas demais pra saber da minha crise”. 

- Estávamos conversando sobre o passado. 

- É, Felicia. Lembrando dos tempos de Vingadoras... 

- Sei... vocês pensam que me enganam... 

- Tá bom, Felicia – Carol faz um sinal para que a ladra se sente com elas – Vou contar a verdade. 

Julia arregala os olhos.

- Não pode sair daqui. Será um segredo só nosso. Combinado? 

Como crianças, as três entrelaçam um dedo das mãos. 

- Numa conversa com o Coronel Fury, ele me disse que não acreditava no potencial da nossa equipe e nem no sucesso das nossas ações. 

Julia mantém os olhos arregalados e se mostra surpresa. 

- Quem ele pensa que é? – pergunta Felicia. 

- Olha, calma... Ele apenas está preocupado com a gente. As palavras dele foram bem fortes. 

- O que... o que ele disse, Carol? – Julia, tensa. 

- Que confiar numa ladra, numa ex-alcoólatra e numa heroína com uma filha não é fácil. 

As amigas ficam em silêncio. 

Um longo silêncio. 

- Sinceramente... – Julia quebra o gelo – Temos que mostrar pra ele do que somos capazes. 

- Ele não soube da nossa investida no porto? 

- Sim, mas parece não ser suficiente, Felicia. 

- Carol... precisamos mesmo levar a sério nossa presença aqui. Não podemos deixar a entender que é um favor, porque não é! 

- Fico preocupada se outros heróis sabem disso... 

- Que humilhação – resmunga Felicia – Estou decepcionada com Nick. 

- Não Felicia – diz Carol – por um lado ele está certo. Somos as melhores, isso é um fato. Só precisamos dar confiança. 

- Eu odeio quando não confiam em mim pra realizar algo. 

- Calma, Felicia... seu estado... 

- Nah... vou dormir um pouco. 

- Um pouco mesmo, porque em breve teremos uma reunião com o agente Hicks sobre nossa primeira missão. E pelo que tudo indica, será no Caribe! 

As três dão gritinhos histéricos. 

- Caribe? – fala Felicia – Eu sempre quis viajar para lá! 

Sala de Comunicações, S.H.I.E.L.D.

Os quatro já estão acomodados na mesa. Papéis, envelopes, pastas, fotos... novamente espalhados e sendo olhados calmamente pelas três “heroínas”.

- Não sei ainda quando vocês partem, mas o destino foi revelado: Costa Rica. Isso porque os imigrantes ilegais, na verdade os escravizados, entram por lá, no rio que divide a fronteira do país com a Nicarágua. 

- Por que a Costa Rica? 

- Como falei antes pra Carol, Julia, a Costa Rica é desprovida de Forças Armadas. 

- Mas de polícia também? Ou de esquadrões que possam cuidar das fronteiras? 

- Isso tem, mas como eles podem enfrentar homens fortemente armados? 

- Já tem alguma informação sobre quem é ‘o cabeça’ desse esquema? – questiona Carol. 

- O nome oficial, não, mas ele é conhecido como Peligro, e vive na localidade costarriquenha de Cahuita. 

- Os mapas revelam que a cidade é na costa caribenha... 

- E esse detalhe aqui, o que é? 

- Ainda não sabemos pra que serve, Felicia, mas aí está o Puerto Limón, uma das principais saídas marítimas do país. 

- De lá os escravizados devem ser levados aos destinos. 

- E em que esses homens trabalham? 

- Realizam diversas atividades, Julia. Exploração sexual, mão-de-obra em plantações de cana, milícias separatistas da região... 

- Quando embarcamos? – pergunta Felicia, empolgada. 

- A divisão da equipe e as tarefas estão concluídas já. Carol e Julia vão ao front, no rio fronteiriço e em Puerto Limón. 

- E eu? – pergunta Felicia, já não tão animada. 

- Vai ficar aqui, na célula. Será a responsável por passar as coordenadas, todas as informações necessárias para a efetuação do trabalho. Para isso, terá acesso quase irrestrito aos computadores da S.H.I.E.L.D.. 

- Eu não vou viajar com elas? Não quero ficar sentada na frente de uma maquina fazendo papel de grilo falante pras minhas amigas! 

- É muito perigoso, Felicia, e no estado em que você se encontra... 

Sem dizer uma palavra e esperar que Hicks concluísse a frase, Felicia se levanta e sai da sala. O agente olha, pensativo. 

- Desculpe o ato de Felicia, agente Hicks. Vamos concluir a reunião, depois eu e Julia falaremos com ela. 

- Desculpa Carol, desculpa agente Hicks, mas eu vou falar com Felicia agora. Como foi dito aqui há pouco, tem o estado dela, né? 

Julia sai da sala, deixando Carol e Hicks, que reiniciam o assunto, analisando cartografias. 

No corredor, Julia alcança a amiga. 

- Felicia... 

- Agora não, Julia. 

- Por favor... 

- Agora não! Eu não sou mulher pra ficar sentada falando ao telefone. Coisa de telemarketing!

- Você sabe que o serviço... 

- Eu nem sou mulher pra ter um filho! 

Julia aperta o braço de Felicia. 

- Se repetir isso eu juro que quebro a sua cara. 

Felicia abraça a amiga. 

- Tá tudo errado, Julia. Tudo... 

- Tem sempre um lado bom... 

- Qual? O lado onde vocês vão tomar banho de mar? Caribe ou Pacifico? 

- Sei lá... Hicks disse que você vai ter acesso livre aos arquivos da S.H.I.E.L.D.... 

- Isso porque ele não teve tempo de passar as limitações. 

- Felicia... 

- Agora não, Julia. Tá tudo errado... meu Deus... tudo errado... 

Felicia some, correndo e chorando pelos corredores, deixando Julia Carpenter sem saber o que fazer... 

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