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Gata Negra #20: A Gata sempre sabe onde pisa...

Gata Negra #20: A Gata sempre sabe onde pisa…

Na primeira missão - mesmo sem saber - à mando do Camaleão, em pleno desfile de moda, Felicia precisa roubar algo que Mary Jane vai usar! O pior é que ela nem tem ideia das consequências!

Mesmo ainda sem saber o por quê do envolvimento de Mary Jane Watson num provável roubo de diamantes num desfile de modas, Felicia parece temer fazer a ligação e falar com Julia. Mesmo Mary Jane ter sido a esposa do homem que ama, Felicia sente um carinho, algo especial, pela ex-rival. Sempre que MJ tinha algum problema, geralmente ligado ao Aranha, ela procurava Felicia, que prontamente iria ajudá-la. De fato, a Gata não gostava de saber quando Peter estava encrencado e sempre o encontrava e o ajudava. Mas o que MJ fez como agradecimento? Por causa dessa resposta, Felicia maquinava algo para poder usar nesse roubo.

- Julia? Felicia Hardy.

- Felicia! Pensei que não fosse ligar!

- Muito bem, você deixou umas informações, mas são muito complexas. Odeio charadas. Poderia ser mais direta?

- Claro, mas não poderia deixar o plano por escrito. Imagina se alguém pega aquela caixa de chocolates? Seria o fim…

- Certo, nada de errado aconteceu. Para quando é esse trabalho?

- Hoje à noite. E não é simples.

- Ainda bem. Você sabe que eu gosto de fazer as coisas mais difíceis…

- Como deve ter percebido, haverá um desfile de modas em uma construção, ainda inacabada. Provavelmente, com esse evento terão verbas para terminar essa obra grotesca…

- Julia, sinceramente essa informação não me interessa. Direto aos fatos.

- Bom, preciso que roube um diamante, mas saiba que não é um diamante qualquer. Ele tem o núcleo de grafita.

- Como assim?

- E algo que a natureza parece não ter concluído. Como se os átomos de carbonos, ao se movimentarem, não formassem cadeias ou anéis, deixando-o diferente dos demais.

- E ele vale muito?

- Muito mais do que você pode imaginar. Ele é único e, por isso, a muitos interessa.

- Sim, mas o que Mary Jane tem a ver com isso?

- Ela usará essa jóia, Felicia.

- Interessante… Mas MJ não vai me dar o diamante.

- Aí já não é comigo. Você é a ladra.

- E você, minha empresária… Hahaha!!!

- Me chame como quiser, Felicia. Então, preparada?

- Sempre!

- Pegue um papel e uma caneta. Hora das informações adicionais.

Depois de ter anotado os últimos detalhes, Felicia parece confusa. A “participação” de Mary Jane é algo que não a agrada.

“Eu já devia ter imaginado que Mary Jane usaria esse colar. Mas, como roubarei dela? Certamente, ela não vai me dar. Muito menos aceitará dinheiro. Puritana em demasia. Como Peter casou com ela? Será que pelo fato de ser boba? Hahaha! Peter… Você vai ter que me perdoar. Como sempre. Parece que faço essas coisas de propósito, para brigarmos, né? Hahaha! Primeiro, os poderes. E agora, vou enfrentar sua ex-esposa. Tudo bem, vai. Não deve ser tão complicado. Eu vou achar uma maneira simples e bela para conseguir esse diamante semi-concluído. Mas preciso mesmo pensar em como chegar até ela. Isso sim vai ser interessante…”

***

- Ora, ora, Julia. Fez uma boa viagem?

- Camaleão, onde está Rachel?

- Tenha calma. Preciso apenas me certificar de que o trabalho de hoje à noite será realizado.

- O que você está tramando dessa vez, Camaleão?

- Fred, traga-nos algo para beber. Vamos comemorar a minha vitória!

- Claro, senhor. Champanhe?

- Da melhor. Julia, aceite uma taça!

- Apenas quero saber da minha filha.

- Pois bem. Ela virá para seus braços ainda hoje. Tenha calma. Mas não tem interesse em saber o meu sórdido plano?

- Camaleão, o senhor acha certo contar para Julia? Ela pode tentar fazer algo…

- Bumerangue, Bumerangue! Acha que ela tentará alguma coisa sem saber onde está a filha?

- Mas o senhor garantiu que Rachel virá hoje. Se ela souber do plano, pode tentar algo contra o senhor.

- Você a derrotou uma vez. E se você, Julia, tentar algo depois de ter “recebido” a sua filha, faça direito. Afinal, eu ajudarei Bumerangue contra você. Além do mais, tenho homens espalhados que podem dar fim à vida da sua querida filhinha quando eu julgar necessário.

- Você sabe que estou de mãos atadas.

- Bom que assumiu! Vamos ao meu plano… De muito tempo até os dias atuais, venho pesquisando uma maneira de enriquecer. Mas dessa vez, sem roubos e violência. Ao menos da minha parte. Minha nova e mirabolante idéia é ficar rico com diamantes!

- Mas como, se você mesmo disse que não vai roubar?

- Exatamente. Não vou roubar, e sim, fazer.

- Fazer diamantes? E isso é possível?

- Com as pessoas certas e o material adequado, sim, é possível. Transformarei grafita em diamante. Como farei? Alterando a cadeia molecular do carbono, que compõe a grafita.

- Muitos já tentaram, mas sempre veio o fracasso. Por que com você será diferente?

- Porque, minha cara, como já disse, estive pesquisando. E hoje à noite terei a prova de que preciso para confirmar meus estudos.

- E qual seria ela?

- Um diamante produzido pelo francês Henri Moissan.

- O que faz acreditar que vai conseguir?

- Ele descobriu uma maneira de produzir diamantes artificiais. O ferro líquido dissolve a forma do carbono e assim podem ser obtidos pequenos diamantes cristalizados que cortam vidros.

- Só isso?

- Não. Ele, acidentalmente, criou o diamante-grafita, que será roubado hoje, e será meu para que eu possa usar nas minhas pesquisas. Claro que, baseado nas dele, e com outros estudos que ainda não tenho, ficarei rico!

- Mas esqueceu de que se houver um grande número dessa jóia no mercado, o preço dela tende a cair?

- Já pensei nisso, Julia. E até o preço despencar, terei uma fortuna!

- Você é louco!

- Obrigado. Mas quer saber quem está me ajudando com esse plano de alterar as moléculas?

- Quem? Bumerangue?

- Não. Sua amiga ladra, a Gata Negra.

- Como assim? Não acredito que ela aceitou participar dessa sua loucura!

- Aceitou de uma certa forma. Nada como uma amiga desesperada com o sumiço da filha. Não é, Mulher-Aranha?

- Você está se passando por mim para ter a ajuda de Felicia?

- Exatamente. Quem melhor do que ela para roubar diamantes, computadores, quadros e outros itens?

- Camaleão! Ela vai descobrir que você não sou eu!

- Acho difícil. Ela tem uma mente perturbada, não vai raciocinar! E ainda por cima, tem outra amiga dela, que inventou uma ótima desculpa para tirá-la do Centro Médico.

- Lydia Hardy?

- Melhor. A agente do FBI, Michelle. Conhece?

- Camaleão, devo admitir que é um ótimo plano. Mas por mais problemas que Felicia enfrente, ela vai desconfiar que a Julia e a Michelle com quem conversa são falsas. Você vai cometer um erro. Se já não o fez…

- Não acredito que tenha acontecido. Mas ainda tenho um problema. E esse pode me incomodar bastante: sua amiga Carol Susan Jane Danvers. Mais conhecida como War Bird.

- Carol!! Você está se passando por ela também?

- Ainda não, mas posso fazer isso em breve, caso precise.

- Só me responda uma única coisa: onde está Michelle?

- Eu me passei pelo pai do ex-noivo de Felicia, John, e a levei para um passeio. Sim, e Bumerangue a matou. Agora, chega de conversa porque eu, aliás, você, quero dizer, eu, me passando por você, vou acompanhar, de longe, a ladra atuando. E quando eu voltar, trarei Rachel.

Noite

Felicia rapidamente chega ao local do desfile. Retira seu uniforme e coloca um longo vestido, nada chamativo, e desce o terraço do prédio ao lado, saindo pelo beco ainda calçando os sapatos. Com a lente, aproxima a visão e percebe que não tem o convite para entrar no desfile. Ela caminha calmamente até a entrada e vê uma senhora esperando alguém.

“Certo… Ela deve estar com o convite. Preciso esperar para que ela o retire da bolsa e o segure, para passar, discretamente e… droga! O marido dela chegou e está com as entradas no bolso do paletó. Mas olha… Uma moço “alegre” está sozinho, parado. Deve estar esperando o namorado! Hahaha! Ele pega um cigarro e, ao acendê-lo, segura o convite com a mão esquerda. Ele é destro! Não parece ter muita firmeza. Aliás, nem se vestir sabe. Que roupa brega! Preciso pegar essa entrada!”

Felicia, então, se aproxima do rapaz e pede um cigarro. Ele olha com desdém e entrega o porta-cigarros, mas na hora em que ela ia pegar, deixa cair ao chão. Ele dá um gritinho histérico e se abaixa. Nesse instante, Felicia pega o convite, colocado “de qualquer jeito” no bolso de trás da calça do seu novo “amigo”. Ela acende o cigarro, agradece e sai, mandando um beijinho, o que pareceu deixá-lo mais irritado… Ela então apressa o passo antes que o “moço” perceba que foi roubado. Passa pelos seguranças e entra no enorme salão, com decoração gregoriana, e estuda o local, tentado descobrir onde ficam os bastidores e a produção do evento.

“Ulalá! Tenho que admitir! Nessas horas tenho vontade de ser uma dessas mulheres que ganham a vida andando numa passarela. Não deve ser muito complicado. Mas nem deve ter muita graça também. Prefiro muito mais trabalhar no que estou fazendo do que ter ataques de estrelismo ou ter uma carreira curta. Será que vou roubar aos 60 anos? Hahaha!”

Felicia continua andando, observando a segurança e o acesso à passarela. Nota a correria em uma só direção e resolve se aproximar, na tentativa de lá ser o tão sonhado bastidor.

- Ei, você! Está atrasada!

- Como?

- Sim! O desfile já vai começar e você fica aí, olhando a vida passar pela janela? Vá se arrumar!

Inacreditável. Uma mulher, com um rádio, parecendo ser uma das produtoras, confundiu a ladra Felicia Hardy com uma top model qualquer. Seguram-na pelo braço e a levam para o camarim. Ela entrou nos bastidores.

“Hahaha! Não é possível! Como me confundiram com uma modelo? Deve ser o stress… Ou então a pressa, afinal o desfile já deve estar começando.”

Ela olha e observa um mundo fútil. As outras manequins agem com desprezo, pensando “essa daí é só mais uma”. A concorrência no mundo fashion é bastante ingrata e desleal… Mas Felicia, como sempre, sabe tirar proveito e se divertir. Ela mexe nas araras, procurando alguma roupa… decente.

“Cada coisa louca! E para piorar, elas vão usar tralhas na cabeça que nem deixam o rosto 100% a mostra. Mas isso é ótimo! Ninguém vai me reconhecer usando esse armário, hahaha!”

Mas ela precisa ser rápida. A produtora anuncia os últimos 10 minutos. Ela começa a procurar Mary Jane. Com graciosidade, ela empurra algumas modelos, em busca da ruiva.

“Se ela estiver usando um capacete desses, será o meu fim… Mas olha lá quem está dando entrevista para o Clarim Diário! Graças a Peter, hein MJ? Quanto entusiasmo! Mas será que ele está aqui para cobrir o desfile? Não! Não pode! Não deve!”

Felicia corre e chega no fim da entrevista. Mary Jane olha, espantada, até reconhecê-la.

- Feli…

- Psss! Não fale meu nome! Precisamos conversar.

- Eu não posso! Só tenho 10 minutos antes de entrar na passarela.

- É tempo suficiente. É rápido.

Felicia procura um lugar discreto, puxando MJ pelo braço direito, até chegarem a uma sala, onde estavam guardadas peças da iluminação.

- Myra-Jeanne, tenho um enorme problema e só você pode me ajudar.

- Felicia, eu não sei se…

- Ouça. Preciso do diamante que você vai usar nesse desfile.

- Você voltou a roubar?

- Certas coisas não mudam. Digo, não interessa.

- Primeiro me explique.

- Ok… uma amiga e sua filha correm perigo de vida e se eu não levar essa jóia, elas morrem.

- O diamante…

- Ele mesmo. Preciso que me diga onde está.

- Bem, Felicia, nos temos nossas diferenças…

- Sem essa, MJ. Sempre que você ficava desesperada com o sumiço de Peter e me ligava pedindo para procurá-lo, eu ia. Não acha que está na hora de retribuir o favor?

- Mas é meu emprego!

- Você vai desfilar com essa roupa?

- Sim.

- Esse capacete-ninho-de-flamingo, que está segurando, faz parte da roupa?

- Exatamente.

- Hahaha! Ainda bem que não aceitei um convite de Carol…

- Como?

- Hahaha! Esqueça. Me diga, onde posso achar o diamante?

- Não sei.

- Me dê a sua roupa. Consegui entrar aqui por ser confundida com uma modelo.

- Mas não somos parecidas.

- Apenas a cor dos nossos olhos e o tom dos cabelos são diferentes. Tá, sou mais esbelta. Mas com essa parafernália que chamam de roupa, não vão desconfiar.

- Isso é errado. E se Peter…

- MJ, esqueça ele! Eu vim aqui para levar esse diamante. Por bem ou por mal.

- Mas se eu te entregar, vão me acusar de roubo.

- Hum…

Os olhos de Felicia iluminam, buscam e encontram, no aposento, algumas coisas que podem ser úteis…

- MJ, fica tranqüila. Vamos forjar um assalto.

- Como assim?

- Me desculpa. Isso vai doer mais em… você do que em mim.

Felicia acerta um soco no estômago de Mary Jane, que, assustada e tonta, não acredita no ato da gatuna.

- Desculpa, de verdade, MJ. Mas o que é um soco comparado a duas vidas?, e acerta outro, no queixo da modelo, que desmaia.

Felicia a amarra com uma fita encontrada na sala e veste a roupa de Mary Jane.

- Bizarro. Pareço uma pintura de Picasso…

Ao sair do quarto, a produtora, aos gritos, reclama de “Mary Jane”, por ainda não estar maquiada. Restam apenas dois minutos e cinco maquiadores fazem seus trabalhos.

“Agora mesmo que ninguém me reconhece! Hahaha! Nem mesmo o Aranha!”

O organizador do desfile traz, em uma maleta acorrentada ao próprio pulso, e acompanhado por três seguranças, o valioso diamante. As lentes de Felicia parecem refletir o brilho da jóia.

- Mary Jane, tente brilhar menos do que essa peça!

Felicia ri e é levada para a passarela.

“Bom, não deve ser muito difícil. Eu nunca me importei com minha identidade, mesmo quando era ladra. Até mesmo quando tirei meu pai da prisão. Mas isso aqui é exagero. Tem muita gente! Os fotógrafos estão ouriçados. Seja com a presença de “MJ”, seja com o diamante…”

Felicia dá os primeiros passos na passarela, que tem a base de vidro e luzes cibernéticas clareando cada passo. As pessoas deliram e gritam o nome de Mary Jane. Flashes são disparados a todo instante. Felicia faz pose, acena, sorri. Mostra-se simpática. Ela chegou a ver alguns desfiles de MJ e por isso sabe algumas coisas que a modelo faria numa situação dessas.

“Bom, só tenho duas coisas a fazer. A primeira é voltar para os bastidores e tentar sair de lá com a pedra. Impossível. A segunda é dar um belo salto, passando por todos, e sair correndo. Devo encontrar dois seguranças na porta, mas é fácil fugir deles. Assim que chegar na rua, subo pelo prédio ao lado, visto meu uniforme e saio pulando pelos terraços. Mas os holofotes que iluminam a entrada não me denunciariam? Só tenho um jeito de descobrir…”

No que era para ser sua última volta, Felicia pára, para o espanto de todos. Ela alonga os braços. Muitos aguardam, ansiosos, o próximo movimento. Ela corre e salta, passando por todas as fileiras de cadeiras, sem tocar em uma só pessoa. Todos se levantam e aplaudem o magnífico pulo.

“Hahaha! Que loucura! Mas… e MJ? O que vai acontecer com ela?”

Sem tempo para pensamentos. O organizador do desfile corre, gritando desesperado que Mary Jane está roubando o diamante. A segurança é acionada e a produtora liga para a polícia. Felicia encontra os dois homens na porta e retira o capacete, acertando um deles na cabeça. O outro tenta segurá-la pelo braço, mas a roupa é rasgada e ele cai, levando uma pisada no joelho. Muitos outros homens correm, na tentativa de alcançar a modelo-ladra, que consegue subir no prédio ao lado sem ser vista, colocar o uniforme e voltar para seu novo esconderijo.

***

Fred e Julia acompanham, pelo jornal, a noticia de que Mary Jane teria roubado um valioso diamante. Ele comemora, e Julia, mesmo discreta, fica feliz por saber que verá sua filha novamente. Camaleão aparece como Mulher-Aranha, com uma caixa de chocolates na mão. Ele a abre e todos se deslumbram com o potente brilho do diamante, que tem o núcleo cinza, consequência da má formação do carbono. Camaleão sorri e volta a sua forma “normal”.

- Como combinado, aqui está sua filha, Julia.

Rachel, que estava com dois homens, corre e abraça a mãe. As duas choram e Julia faz promessas de segurança.

- Julia, não esqueça do que te falei. Sua filha está com você, mas isso não é sinônimo de segurança. Até mesmo porque vocês não ficarão juntas a todo instante.

- Confie em mim, Camaleão. Mas preciso saber o motivo da minha presença aqui ainda.

- Felicia tem muitas coisas para roubar “por você” ainda. Então, se eu te deixar ir, vai contar meu plano e aí… nem preciso dizer o resto. Agora, aproveite o pouco tempo que terá com sua filha hoje. Ainda preciso falar com a Gata Negra.

***

“Ainda bem que encontraram Mary Jane e desistiram dessa idéia de que ela era a ladra. Eu não posso ficar sem essa fama! Hahaha! Bom, acredito que MJ não irá me entregar. Se ela fizesse isso, sairia como minha cúmplice! Meu único medo é se ela contar para Peter. Aí, sim, meus problemas piorariam. Certo, não posso negar que adorei essa sensação de roubo novamente. Mas fiquei apenas chateada com a forma da minha ação. Não queria ter agredido MJ, porém não tinha outro jeito. Assim, ficou bem claro de que ela fora roubada, e não será suspeita de uma provável participação. Afinal, que comparsa se deixaria apanhar e ser amarrado por causa de um diamante que vale milhões? Bom, tem gente para tudo… Mas MJ tem credibilidade, nunca vão incriminá-la. Hahaha! Para minha sorte com toda aquela maquiagem não vão ver o meu rosto. Mas será que aquele salto não vai me entregar? Sei lá, uma mulher que rouba diamantes e pula daquele jeito… E ainda por cima, tenho meu álibi com Michelle. Ela tem prestígio no FBI. Então, foi um belo roubo.”

Depois de Felicia deixar o diamante dentro de uma caixa de chocolates, no local marcado com “Julia”, ela ainda vagou um pouco pelos arranha-céus de Manhattan. O fato de roubar ainda a incomoda um pouco. Mas a verdade é que ela não sabe se o que incomoda é o fato de roubar… ou o fato de roubar para outra pessoa, sem ter crédito algum. Apenas a amizade. Alguns minutos após ter tomado banho e comido algo, Felicia se sentou novamente na frente da TV para saber mais informações sobre seu roubo. Percebe um barulho no corredor do prédio onde está e se levanta. Vai até o quarto e calça as luvas, acionando as garras logo em seguida. Ao voltar para a sala, vê um envelope pardo, que foi passado por debaixo da porta. Ela sai do apartamento, mas só vê alguns vizinhos discutindo por causa da música alta tocada por um deles. Ela volta ao sofá, retira as luvas e a roupa, ficando apenas com as peças íntimas. Abre o envelope e em um papel marrom está escrito, em letras garrafais: “arrume as malas porque você vai viajar”. 

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