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Psylocke #07 - Ynis Vitrin

Psylocke #07 - Ynis Vitrin



Inglaterra

Castelos e fortificações de pedra compõem boa parte da paisagem da Inglaterra rural. Em muitos deles, a passagem do Rei Arthur e de seus leais cavaleiros da Távola Redonda.

Mas é no sudoeste do país, a 150 km de Londres, na cidadezinha de Glastonbury, que expedições arqueológicas encontraram a lendária Ilha de Avalon. 

Para chegar lá, Psylocke, seguindo as ordens de Gomurr: caminhou quase 2km ao leste até se deparar com uma colossal gravidez da terra, o Tor, um cone extraordinário, a mais de 150 metros de altitude, visível de todas as direções em um raio de mais de 30km.  

Ao redor de suas encostas os terraços construídos pelos homens formam um imenso labirinto que se enrosca até o corpo. 

O Tor é coroado pela torre em ruínas de uma igreja dedicada a São Miguel, um célebre caçador de dragões e inimigo dos espíritos do mal. Os monges medievais erigiram a igreja com o intuito de cristianizar o local e erradicar seus vínculos com reis e deuses pagãos. E claro, esconder a passagem para Annwn, a morada subterrânea de entes fantásticos, onde estaria a Espada do Poder. 

Antes de iniciar a subida pelas verdes brumas que abafam o dédalo, Psylocke capta uma energia estranha que emana do local. 

- Ynis Vitrin. 

Ilha de Vidro, em celta. Lar das Sacerdotisas da Lua e aprendizes dos mistérios e forças da natureza, que conhecem a magia, as ervas para curar, os segredos do céu e das estrelas... 

Antes de piscar os olhos, ele inicia a escalada. 

Subterrâneos

Sentado, onipotente sobre seu trono de rochas, Serpentor não esconde a satisfação. Tanto que Pythona e Firefly estranham a falta dos reclames por sucessivos fracassos.

- Com a vitória de Psylocke e seu encontro com aquele maldito bruxo, meus planos estão se concretizando.

Pythona e Firefly se aproximam, cabisbaixos.

- Havia o receio de que ela perdesse e minha situação perante o Comando Cobra piorasse. Mas não! Estou cada vez mais perto de dar o bote.

- Ssserpentor. O sssenhor já sssabe onde Psssylocke está?

- Claro. E o que vocês dois estão inertes aí? Reúnam uma tropa... não, um exército e me tragam o que aquela mulher encontrar na... Inglaterra.

- Em duas horas partiremos, sssenhor.

- Duas horas? Em duas horas se vocês não estiverem aqui, entrego-os como traidores para o Comando. 

Pythona reverencia Serpentor e sai com Firefly. O tempo é curto. 

Tor

Em celta, Portal. 

E da passagem da igreja quase em ruínas, Psylocke procura as palavras espalhadas e escondidas nas pedras e limos. 

Nos pontos que Gomurr indicou ao fazer uma espécie de mapa em plena mente da mutante, ela encontra as palavras: lámh, lagaí, do, nar e Dia. 

E assim ela entra. 

Sem perceber que Firefly e dezenas de víboras quase concluíam a escalada do Tor. 

No centro da igreja praticamente oca, ela observa a nave na horizontal, diferente das comuns construções católicas. 

Do altar só restam as bases maciças, em um canto. Nenhuma imagem, nenhuma escada. Nenhuma entrada. Nada. 

Psylocke, de olhos fechados, junta as palmas das mãos. As palavras decifradas do lado de fora bailam em sua mente. Mesmo ela sem saber muito do dialeto celta. 

- Nar lagaí Dia do lámh! 

Que Deus não enfraqueça a sua mão. 

O prédio treme. Algumas aves disparam pelo céu.

***

O chão, na direção de um feixe de luz solar que entra pela janela, recebe um reflexo e se torna cristalino. O acesso para os túneis e câmaras naturais localizadas debaixo do Tor. 

Seus olhos estão hipnotizados. Beleza, sensações, tudo misturado. Calmamente a mutante coloca um pé sobre o brilho, e se assusta quando ele perpassa as pedras. 

Sem hesitar e com motivação, Psylocke pula para dentro do portal. seu estômago embrulha com a velocidade. Ela está caindo muito rápido. 

Por longos minutos. 

O tempo que durou para que Firefly e as víboras entrassem no templo a São Miguel. 

Firefly ordena que um soldado a siga, e ele tem o corpo desintegrado ao encostar no brilho que emana do solo. 

- Só nos resta esperar. Vamos fazer uma emboscada. 

O local já estava iluminado. Psylocke não sabe onde andou, por onde passou. Mesmo consciente. 

E assim que seus olhos se acostumam com a repentina escuridão, ela vê, no centro do que parece uma caverna, a espada, fincada na parede rochosa. 

A curtos passos ela se aproxima do seu objetivo. A Espada do Poder. O que pode ajudar a recuperar tudo o que perdeu nas investidas de Serpentor. 

Seus olhos irradiam a luz, da mesma cor da marca que lhe corta o rosto. 

Seus braços são estirados. Assim como seus dedos. 

- Ta sí hálainn ir. 

Uma voz feminina ecoa pelo cômodo. 

Por reflexo, um sabre de luz forma-se em seu punho. 

- Que? 

- Eu só disse que ela é linda. A Espada. 

Psylocke, movimentando a cabeça rapidamente em todas as direções, busca a mulher. 

Em vão. Ninguém a vista. 

- Não tema. Sei que é enviada por Gomurr. Você tem a permissão para usar a Espada do Poder. 

O sabre desfaz-se e a mutante segura o utensílio. Sente como é pesada e lustrosa. 

- Agora vá! Leve a espada até Chalice Well, a banhe lá para que a força dela se renove, recupere a Aurora Rubra e... Rath Dé ort

Psylocke sorri ao receber o desejo de benção de deus e caminha para o lado oposto de onde estava erguida a Espada. 

Com um clarão que poderia cegar, ela surge saindo do chão, no mesmo local no interior da igreja por onde afundou. 

Com a Espada em punho ela se concentra se teletransportar; o que não é realizado com a investida das dezenas de víboras que a atacavam de todas as direções.

Com movimentos rápidos, a Espada do poder era manejada, como se bailasse e cortasse o ar. Em consequência, corpos mutilados e esfarelados. 

- Não num local sagrado! 

A mutante atrai a legião de oponentes para o lado de fora da igreja e continua com o massacre. Que parecia interminável, afinal, a todo instante novos inimigos chegavam. 

Psylocke, para ganhar tempo, arranca um degrau do caminho do labirinto, senta nele e desce colina abaixo. As víboras descem correndo, rolando, e Firefly faz um sinal positivo para outra pessoa que está à espreita. 

Ao concluir a aterrissagem, Psylocke corre mas se esbarra no ninja cobra. 

- Grato por realizar minha tarefa. 

- Ir mbeire um diabhal Leis qui! 

A mutante investe contra Firefly, que escalpa do golpe disparando artefatos explosivos! 

- Só isso que essa espada faz?

- Quer que eu mande o “diabo te levar com ele” em que idioma agora? 

Novas explosões. Novas investidas de Psylocke, que estranha repentina agilidade de Firefly. Novas víboras se aproximam. A mutante novamente corre, sumindo pelas sobras. 

Firefly pega um comunicador, enquanto seus soldados respiram. 

- Agora é com você, Pythona. Ela foi para o Poço do Cálice Sagrado! 

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