Psylocke #05 - O dragão vermelho
Castelo de Harlech, País de Gales
As cobras que atavam Psylocke já estavam novamente como as ombreiras de Serpentor, que a arremessa para longe ao ver duas gigantes patas vermelhas erguendo um corpo tão gigantesco quanto, para fora do fosso.
Psylocke, tonta, fica em pé, incrédula. Para ela, o dragão vermelho, símbolo do País de Gales, se tratava apenas de uma lenda.
“Mas não é”, é o que ela pensa, ao ver o animal totalmente do lado de fora, expondo uma linda cauda, encarando os dois inimigos.
O dragão expele fumaça pelos orifícios entre os arregalados olhos incandescentes. Seu corpo é coberto por uma carapaça mais grossa do que o que seria considerado normal.
Psylocke ativa um sabre e olha atentamente para aquele ser de quase 20 metros de comprimento. Serpentor se aproxima da besta e desfere socos nas patas traseiras. O dragão revida usando o rabo, mas o Imperador Cobra consegue se esquivar e mudar de lado.
Ele puxa o dragão pela cauda e o arrasta, tentando atirá-lo novamente ao fosso. Um novo grunhido e labaredas saem de sua bocarra, incendiando tudo o que tocava. Psylocke aproveita a distração e corre até o fosso, em busca de alguma pista.
Com a resposta negativa, admira por mais alguns segundos a luta entre Serpentor e o dragão.
Ela vibra ao ver que o Imperador foi atingido pela pata dianteira e os dentes afiados estão distante poucos metros dele, que agora está caído. Serpentor segura a boca do dragão, que tenta engoli-lo. A fumaça o impede de ver melhor, para agir ou tentar uma saída estratégica.
Psylocke salta e cai sobre o dorso do animal, e inicia uma seqüência de golpes com o sabre rosa. O dragão parece não sentir dor, ou apenas ignora, por estar entretido com o outro homem.
A ação da mutante não teve um objetivo exato. Talvez ela quisesse impedir que o Imperador viesse a morrer ou talvez porque ela mesmo quisesse terminar com ele. Tudo isso unido também ao fato de ele ter roubado a Aurora Rubra.
Serpentor ainda luta para não ser devorado, até que o dragão inspira fortemente. A respiração pára por alguns segundos. Um jato de chamas sai da boca da besta. Com o impulso, Psylocke cai longe. Ela rola pela relva tentando não se machucar muito.
Ao parar ela busca pelo Imperador, mas só vê o dragão vindo na própria direção.
Enquanto se levanta e se prepara para o confronto, ela se pergunta sobre o que teria acontecido com Serpentor. O dragão corre em círculos, o que faz com que a mutante fique no meio. E logo em seguida, enquanto corre, dispara novas chamas. Agora, no centro, então os dois, rodeados pelo fogaréu.
Psylocke cria shurikens e dispara seguidamente contra o que aprece ser o protetor do Castelo de Harlech. O dragão investe com o rabo e com as patas da frente. A ninja salta, arrisca uns golpes com os pés e mãos, todos eles abafados pela grossa pele vermelha, que agora arde em brasa.
“Não quero ter o mesmo destino que Serpentor... preciso pensar num jeito de derrotar esse dragão.”
Calor. Fumaça. Duas coisas que atrapalham qualquer lutador, por mais experiente que ele seja. Domar o bicho não seria suficiente. Parece não haver ponto fraco.
Saltos, giros, cambalhotas, novos arremessos de estrelas. Bolas de fogo e ar rarefeito. Psylocke tentar cegar o dragão, tenta perfurar a couraça.
Até que numa investida fracassada, fica presa entre as garras do animal, que a encara. O mesmo processo que foi realizado com Serpentor parece se repetir. O dragão brinca com a mutante, jogando ela de uma pata para outra. E nessa de ir e vir Psylocke nota, na barriga dele, algo brilhante.
Ela consegue rastejar e passar por baixo do pescoço dele, que dispara novas chamas. Deslizando, ela alcança o ponto luminoso na parte oposta à dureza.
Uma lâmina está fincada no corpo do dragão. Psylocke tenta retirá-la, mas queima os dedos. Como única opção, usa o sabre rosa e o arranca, inclusive, causando um grave ferimento na besta.
O animal urra e ergue as patas dianteiras. A mutante aproveita e sai debaixo dele, se afastando o quanto pode. O dragão se debate, rola pelo chão, passa pelo fogo até cair no fosso.
A mulher se encosta numa arvore que ainda pega fogo e olha o material.
Além de gravuras talhadas, tem escrito “o ponto onde começou o mundo”.
Subterrâneos
Sentado no trono de pedra, com as pernas abertas, Serpentor recebe uma massagem de Pythona, enquanto Firefly monta alguma nova arma.
- Maldita. Eu não imaginava que seria difícil. Muito menos que um dragão ia atrapalhar meus planos.
- O que temossss que fazer agora é descobrir para onde Pssssylocke vai.
- Firefly está cuidando disso.
- Quem vai atrássss dela dessssa vez?
- Está interessada, é?
- Ssssó acho que sssse os homens não deram cabo, eu posssso ser a ssssolução.
- Não sei, Pythona. Você é como um trunfo. Psylicke não pode saber que você existe... ainda.
Firefly se levanta e corre na direção do casal.
- As coordenadas dela, Imperador.
Serpentor analisa as informações.
- Interessante... um local onde a costa é agreste e recortada, os lagos escondem monstros, os muitos castelos estão enfeitiçados e os páramos são enormes.
- Que lugar é esssse, Sssserpentor?
- Escócia. Firefly, mande uma tropa... não, mande um exercito de víboras para lá e me tragam essa mulher. Viva ou morta.
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