Psylocke #04 - Croeso i Gymru
Subterrâneos
Gritos, barulhos de objetos sendo destruídos.
A insatisfação é visível com um gemido abafado de Firefly. Pythona tenta impedir que Serpentor estrangule o homem de roupa camuflada.
- Ele ainda nos sssserá útil, Sssserpentor.
- Não tolero falhas. Fique calada aí.
-Ele ssssabe para onde devemos ir. Ele é o único que ssssabe.
Serpentor desce o braço calmamente. As mãos, lentamente, vão sendo abertas. O ninja cobra não mais se debate e, agora ajoelhado, respira com dificuldades.
- Para onde? Diga!
- Gales... – diz, ofegante.
- O local exato, ande?
- Nas colinas... uma construção...
- Um castelo. Pythona, eu vou pessoalmente dar um fim naquela mulher.
- Pode sssser arrisssscado. Eu vou com você.
- Você vai ficar aqui acompanhando os passos da Organização. Qualquer suspeita inicie o plano de evasão.
País de Gales
Na terra de tradições celtas, não poderão evitar cair sob o feitiço do país dos galeses, povo orgulhoso que soube proteger a sua cultura e a sua nação. A sua costa recortada oferece vistas de colinas presididas por ruínas românticas. Especialmente o castelo de Harlech.
E neste local que a ninja mutante busca exatamente o que viu na mente de Firefly: a outra pista sobre o paradeiro da Espada do Poder, única arma que pode combater a força da Aurora Rubra e as ações da Organização Cobra. Ou melhor, do Imperador Serpentor.
Psylocke sabe o local para onde deve ir, mas não o que achar. Na mente dele a imagem era confusa; ela só via fumaça e fogo.
E naquele paradisíaco cenário, era como se ela retornasse ao passado. Para a época quando os reis eram coroados, cavalarias disputavam territórios. E muito sangue no chão.
O castelo a encantava, afinal, sua situação é privilegiada, entre o mar e as montanhas da Snowdonia.
As pedras claras, dos quatro muros e das enormes torres, permeadas por escadarias, passagens, portas, túneis, protegido por falésias e... um fosso.
“Não há nada que me lembre o que vi nos pensamentos de Firefly. Nada. Absolutamente.”
Ruído de grama sendo pisada.
O corpo de Psylocke treme do nada.
- Croeso i Gymru [1]. Pena que chegou cedo para o seu funeral, mulher.
Castelo de Harlech
Psylocke observa o grande homem a sua frente dos pés à cabeça. O corpo másculo. A roupa de tecido grosso, as botas e utensílios pesados. A capa. O capacete em forma de cobra e duas rastejantes como ombreiras.
O sabre rosa faz-se sobre o punho. Serpentor sacode a capa e corre na direção da mutante.
Ela se prepara para desferir o ataque. Mas vem a surpresa. Ele some nas sombras e reaparece atrás dela. Socos na coluna.
Psylocke cai, ajoelhada. O sabre é recolhido. Serpentor aperta o pescoço dela. As mãos desesperadas da mutante tentam impedi-la de ser sufocada. A cicatriz vermelha que lhe corta o rosto brilha. Serpentor olha, admirado, ao notar uma semelhança.
Uma rasteira. O pé da ninja não conclui o golpe. O Imperador continua firme. A perna de apoio do Cobra rapidamente atinge a coxa da oponente. Ela desiste de tentar retirar as mãos do inimigo do pescoço e novamente aciona o sabre, atingindo-o no braço direito.
Um tapa. O rosto de Psylocke cai para o lado esquerdo.
Uma mariposa.
Agora ela vai usar dos seus maiores poderes. Ela sorri ao ver Serpentor imóvel, encarando-a.
A ninja mutante se livra das mãos do Imperador e se levanta. Os olhos continuam fixos. Serpentor abaixa os braços. O sabre ilumina o corpo curvilíneo. O ataque é desferido.
Antes, porém, um gancho no queixo. Psylocke cai distante. Serpentor dá uma gargalhada. As cobras que servem como ombreiras se mexem e saltam na direção da irmã do capitão Britânia. Ela não entende como o golpe psiônico não surtiu efeito.
Rapidamente é enrolada pelas duas espécies raras de ofícios, de cor verde e pele mais escamosa do que o normal. Primeiro as pernas. Cintura. Braços.
- Muito fácil.
Serpentor se volta para o castelo e mira as paredes, atrás do que Firefly indicou.
As cobras apertam mais a ninja.
O chão treme.
O Imperador vai na direção do fosso, de onde vê algo estranho saindo... algo quente... gasoso... de cor escura. E escuta uma espécie de rugido.
***
[1] - Croeso i Gymru quer dizer Bem-vindos a Gales.
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