Psylocke #03 - Víboras
Subterrâneo
Em uma sala fechada, com móveis em pedra e diversos objetos com a temática ‘cobra’, Coral e Anaconda seguem tramando o plano de uso da Aurora Rubra, e de resolver um problema que em breve surgirá...
Eles aceitam, em partes, o anseio da Sociedade da Serpente: conquistar o mundo. Só que eles enveredaram por um outro caminho: aproveitar o potencial da SS para assumir o poder.
- Falando nisso, Coral, recebeu alguma informação, contato, da Sociedade? <
- Eles nos subestimam, Anaconda. Só querem saber o que estamos fazendo. No fundo acredito que eles temem a mim, o verdadeiro Líder Cobra!
- Se eles descobrissem que...
- Engula essa língua bifurcada! Não representamos uma potencial ameaça. Assim eles pensam, Anaconda – Coral se levanta de um pequeno assento – Mas eles vão se surpreender. Assim que a Espada for nossa, junto com o poder da Aurora Rubra, seremos invencíveis!
- Coral...
- O quê?
- Você confia em Mamba Negra e em Sucuri?
- Não deveria? Ela é audaciosa. Ele, guerreiro. E estão do lado do mais forte.
- Onde eles estão agora?
- Buscamos o que tanto queremos. Observe.
Uma cabeça de cobra em pedra abre onde está a boca, e como imagem de satélite dentro dela, Coral e Anaconda olham o que passa.
***
Salisbury, sudoeste da Inglaterra
Aqui está localizado Stonehenge.
Stonehenge, ou seja, a estrutura megalítica, possui uma história cercada de mistérios. A sua estrutura maciça pré-histórica foi demolida e reconstruída. Os seus oitenta fragmentos de arenito cinzento pesam entre 26 toneladas e 50 toneladas.
Mamba Negra está no centro, na pedra caída, instalando um equipamento para que possa virar o lado desta enorme rocha de arenito. Não distante, Sucuri vigia este local sagrado e misterioso.
Alguns habitantes dessa região consideram o feito realizado pelo mago Merlin. Outros acreditam que essa mudança ocorreu a pedido dos druidas, ou seja, a casta sacerdotal dos celtas, que realizavam nesse local, rituais religiosos. Alguns estudiosos explicam que ela pode ter sido construída em três etapas: uma no final do neolítico (2.400 a. C.) e duas outras, na Idade do Bronze (1.900 e 1.700 a.C.).
O que Mamba Negra e Sucuri não sabem é que alguém os observa de um ponto cego. Por isso, não veem um breve reflexo rosa formando-se atrás de um pedregulho-base.
Uma explosão muda: a destruição era silenciosa e poderosa. A pedra subiu 4 metros, virou e caiu com o outro lado no chão.
Inscrições.
Mamba Negra se aproxima, se ajoelha e passa a mão por cima da ‘pedra azul’.
“Preselli, País de Gales”.
Ela se assusta e vira a cabeça seguindo um ruído à esquerda. Lentamente se levanta e vai na direção.
Sucuri está estirado no chão.
Ela faz sinais com as mãos e surgem duas cobras que passam a se mexer rapidamente, mudando de posição, como se buscassem o responsável e ao, mesmo tempo, protegessem Mamba Negra.
Esta retorna à pedra do centro e mexe nos instrumentos outra vez.
Os ofídios tombam ao seu lado.
Mamba Negra aperta um botão e se levanta, ajeitando o cinto com explosivos.
***
Subterrâneo
Coral soca uma parede de pedra, que desaba.
- Mande reforços!
Anaconda, por um comunicador, dá a ordem e uma dezena de soldados-víboras é transportada para Stonehenge.
- É ela, Anaconda. Inicie as máquinas de análise!
***
Stonehenge
Mamba Negra está em pé, noutra pedra no centro do enigmático círculo. Dali ele vê uma mulher com uma espécie de maiô de tom escuro, cabelos soltos de cor púrpura, um fino tecido cobrindo-lhe a boca e o nariz e uma marca vermelha cortando um olho. No punho direito, a luz se revela uma espada.
- Desça.
- A vista daqui é melhor, mutante.
- Pena que você nem vai poder ver sua derrota.
Psylocke salta na direção de Mamba Negra, mas é interrompida, no ar, por 5 víboras que surgem, acompanhadas por outras 5 que ficam no solo, ao lado de Sucuri, que ainda está desacordado.
A mutante desfere golpes com a espada, ferindo seriamente duas víboras, em plano ar. Ao tocar a grama verde, um inimigo se ajoelha, com as mãos na cabeça; ele está sofrendo com o poder telepático de Psylocke. As 8 víboras restantes partem para cima, tentando segurá-la, em vão.
Ela segue alternando socos, chutes, segura um inimigo pelo pescoço e o arremessa contra outros... a espada faz mais estragos.
No fim, há um círculo dentro de outro: o de dentro, dos corpos desmaiados, o de fora, das pedras.
- Desça! – diz a ninja mutante, olhando para Mamba Negra.
- Como quiser!
Mamba Negra salta, arremessando um explosivo, que é detonado ao tocar o chão, perto de Psylocke. Para alguns metros na frente dela, que ainda se levanta.
- Infelizmente vou ter que te deixar, mutante. Como sou boazinha, vou te dar duas opções: você me segue e me enfrenta, ou – aperta um botão preso num mecanismo no punho esquerdo – desarma a bomba que instalei, capaz de destruir Stonehenge.
Psylocke encara Mamba Negra.
- Não tente nada na minha mente. Parece que você decidiu me enfrentar... ótimo! Essas pedras vão cair pela 4ª vez desde sua existência.
Som de bip.
Psylocke grita.
- Na próxima vez. Na próxima vez... – e corre para os explosivos instalados no pedregulho do chão. Mamba Negra e Sucuri somem.
A mutante mexe mas o ruído fica cada vez mais rápido. Ela se levanta. Um bip longo, final. Ela fecha os olhos.
Nada acontece.
“Ele me enganou”.
- Psylocke! – Gomurr surge como num holograma.
- Você.
- O que aconteceu?
- Mamba Negra, Sucuri e soldados víboras.
- O que faziam aí?
- Apenas descobrindo uma coisa importante.
- Eles levaram a informação?
- Sim, mas quando eu chegue, li sua mente. Sei o que devo fazer e para onde ir.
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