Batman: quase o peguei #03 - Desonra
O Morcego acredita que um grande inimigo está mudado e acaba se envolvendo numa rede de intrigas com outro vilão. Seria uma nova investida contra Batman, ou realmente ou mal pode se converter em bem?
- Conseguiu encontrar alguma pista, senhor?
- Não, Alfred. Fizeram um bom serviço.
- Será que a morte desse empresário vai abalar algumas de suas empresas?
- Isso agora não me preocupa. Preciso descobrir quem o matou.
- Ainda vai sair?
- Sim.
A teimosia pode ser considerada uma virtude. Willian DaFoe estava quase falido e, de repente, ressurge com um potente império de cassinos. O pior é que muitos dos meus inimigos lidam com esse tipo de negócio. Hora do setor sul.
- Depressa, descarreguem logo isso, seus idiotas!
- Chefe, esse é o segundo carregamento e ainda não ganhamos a nossa porcentagem…
- Muito bem, imbecil. Vamos decidir pela moeda. Cara eu ganho… Coroa você perde. E MORRE!
Tiro. Não é muito distante daqui. Rápido, abra as asas e plane. Alguma movimentação suspeita… Motores de caminhões ligados. Risos e mais tiros. Pode não ser o assassino, mas não vou perder a noite.
- Duas-Caras!
- Batman?! O seu horário de ronda já deveria ter terminado… E vocês, seus molóides? O que estão esperando? Peguem ele!
Não posso me distrair com esses capangas sem antes descobrir o que Duas-Caras está fazendo. Mas os enviados são muitos. Eles disparam seguidamente, acobertando a fuga do líder. Bomba de luz e rede. Provavelmente, assim que o clarão surgir, eles se agruparão, perdidos. Agora. Hora de prendê-los. Mas o Duas-Caras conseguiu fugir.
***
- Senhor Bruce… escutei uma informação sobre o assassino de Willian.
- E o que era?
- Harvey Dent é acusado do crime.
- Mas não é verdade Alfred. Ele estava no setor sul de Gotham. E eu o enfrentei.
- Senhor, precisa fazer alguma coisa.
- Alfred, ele não será preso sem justa causa.
- O que pretende fazer?
- Preciso conversar com o Comissário.
Sem dúvida está acontecendo algum jogo de interesse. Alguém pode estar querendo incriminar Duas-Caras por algum motivo. Mas qual? E quem?
***
- Comissário, há uma falsa acusação contra Harvey Dent. Ele não matou DaFoe.
- Batman, descobrimos sérios indícios…
- Eu estava lutando com ele na hora do crime.
- Tem certeza?
É necessário arriscar.
- Tenho.
- Batman, eu sei que você não mente, mas ele é seu inimigo, e há indícios que provam que… Batman?
Realmente, a teimosia pode ser considerada uma virtude. A polícia não vai apoiar Harvey. Não ajudará em nada também. Sempre foi assim.
***
- Senhor Bruce?
- Prossiga, Alfred.
- O computador identificou tiros perto de um cassino de Willian.
- Estou a caminho. Não deixe que os policiais consigam receber essa informação.
Se for o Duas-Caras, ele está fazendo isso para chamar a minha atenção. Sem dúvida, já sabe da acusação. Mas, o que então ele quer comigo? Lá está ele, brincando com a moeda e uma arma ao chão.
***
- Harvey.
- Batman. Você sabe que não fui eu que o matei.
- Não, não sei.
- Cretino! Nós estávamos brigando, não lembra? E no outro lado da cidade. Seria impossível estar nos dois lugares!
- Não acho que há coisas impossíveis.
- Batman, eu juro! Foi armação!
- Jura?
- Sim! Nunca tive ligação com esse empresário!
- O que você fazia horas atrás?
- Com os capangas? Planejando um assalto.
- Assalto? A brincadeira acabou, Duas-Caras.
- Pinguim. Isso foi armação daquela ave gorda! Ele financiou Willian DaFoe e ao cobrar o que devia, matou o pobre coitado.
- Como sabe disso?
- Que pergunta, Batman. Eu tenho a maior gangue do submundo dessa cidade. Sei o que acontece em qualquer lugar de Gotham.
- Espere aqui.
***
- Alfred, mande o bat-móvel.
- Encontrou Duas-Caras?
- Sim. Ele acusa o Pinguim de armação.
- Vai confiar nele?
- Não sei se devo. Pode ser uma cilada para mim.
- Nem vai arriscar?
- Por isso peço que mande o veículo. Nós dois vamos procurar o Pinguim.
Só espero que não haja traição.
***
- Se está pensando em algo, garanto: confie em mim.
- Confiar em você?
- Dessa vez não serei preso por algo que não cometi.
Seus argumentos parecem convincentes. Talvez o seu lado de honra esteja se sobressaindo. Essa não. A polícia está vendo o Duas-Caras entrar, comigo, no bat-móvel. Estão ordenando que pare. Não. Estão atirando. Isso vai me custar algumas explicações.
- Batman, o parceiro do pior dos vilões dessa cidade! Hehehe! Isso vai cair como uma luva nos tablóides sensacionalistas de Gotham!
- Cale-se, Harvey. Onde está o Pinguim?
- Champanhe! Música! Orgia! As três melhores coisas da vida!
- Senhor Pinguim… o dinheiro não seria a melhor coisa?
- Você falou certo, Borg. Com dinheiro temos essas três melhores coisas! Onde estão as mulheres? Não poupem NADA!
***
- Espero que não tente nada contra mim, Duas-Caras.
- Você é sempre inseguro assim?
- Apenas ao lidar com pessoas do seu cunho.
- Entre na próxima à direita, Batman.
- Estamos pegando uma zona particular.
- Justamente. Pinguim está com um clube privado.
- Bela mudança de esconderijo.
- Com o dinheiro que roubou do empresário, isso não é nada.
Mesmo na saída do veículo ele pode tentar algo. Manter-se sempre atrás é o confiável. O som está alto. Alguma festa. Muitos carros na porta. Suas marcas revelam o quão alto é o nível dos convidados. Um segurança corre para nossa direção e joga uma arma para o Duas-Caras. Algemas preparadas.
- Calma, Batman! Ele é um dos meus homens. E há muitos outros lá dentro.
- O que planeja?
- Prender esse calhorda da minha maneira.
- Não. Vai ser da minha. Volte para o bat-móvel.
- A polícia vai chegar aqui logo, logo. Não vou perder a chance de depenar essa ave do Ártico.
Recolher o veículo, escondê-lo e pegar os dois de surpresa. Mas tem algo errado.
***
- Acabou a festa, Pinguim.
- Duas-Caras? O que faz aqui? Por que não está preso?
- Aquele seu truque barato não ia funcionar. Já deveria ter imaginado.
- Matem esse imbecil!
- Não, Pinguim. Meus homens estão por toda a parte.
- Hehehe! Que ilusão!
***
Esse aposento da casa está vazio. Dá para escutar a discussão entre eles. Tiros e gritos. Fumaça. Algum gás.
***
- Não vai fugir de mim, Pinguim. Vai pagar pelo que tentou fazer!
- Caso consiga me pegar, Duas-Caras.
As luzes estão falhando. Gemidos. Alguém ferido. Abra a porta de vez e… ledo engano. Uma mulher e três homens estão se divertindo. Ela me vê e grita. Um sorriso sarcástico e ponho todos a sair pela janela, ainda despidos. Passos curtos e rápidos. Pinguim.
- Senhor Bruce?
- Agora não, Alfred.
- Interceptei uma mensagem… você está acobertando o Duas-Caras?
- Alfred… agora NÃO!
Esse é um problema para depois. O cheiro da cigarrilha. Ele está por aqui. Mas ainda me pergunto uma coisa: por que o Duas-Caras plantou homens na base de Pingüim?
- Renda-se.
- Batman? Não estou entendendo!
- Você matou Willian DaFoe.
- Pode provar?
- Ainda não.
- Então, me deixa em paz!
Ele retirou uma maleta dentro de um cofre e a arremessou em minha direção. Mas antes de chocar-se comigo, ela se abriu e papéis voaram…
- Não era isso que…
- Fugir está em seus planos?
- Sim, Batman. Tchau!
Primeiro, os documentos no chão. Provisórias em nome do empresário. Duas-Caras estava com razão. Mas não quero admitir. Pinguim. É a sua vez.
- Você não desiste?
- Qual sua real ligação com Willian?
- Eu emprestei dinheiro para ele sim, confesso.
- O matou?
- Não! Quando fui cobrar as provisórias, ele estava morto. Por isso plantei a notícia de que o Duas-Caras tinha feito o serviço.
- Para assim, ficar com o poder dele no mundo do crime.
- Exatamente.
Soque-o no rosto e deixe-o para a polícia. Sirenes. Estão se aproximando cada vez mais do clube.
- Alfred, acione o rastreador que coloquei em Harvey quando entramos no bat-móvel.
- Sim senhor. Quais as novidades?
- Pinguim acusa Duas-Caras do assassinato.
- Incrível o que eles são capazes de fazer…
- Jogo de interesse, Alfred. E então?
- Ele acabou de sair da zona particular e…
- Continue me guiando.
Primeiro, Duas-Caras acusa Pinguim do crime. Depois, o contrário. Só saberei a verdade quando pegar Harvey Dent. A polícia chegou. Lá está o meu veículo. Agora é a vez do ex-promotor.
- Senhor, ele está nessa caminhonete azul, à sua frente.
- Pode deixar comigo, Alfred. Procure saber se a polícia deteve o Pingüim. <br
Aproximar os carros. O único meio de parar o Duas-Caras será entrando pela janela. Ele se assusta ao me ver ao seu lado. Trocamos alguns socos e consigo alcançar o volante e girá-lo. O caminhão está indo de encontro a um muro. Hora de sair.
- Não, Batman!
- Você teve um belo plano, Harvey. Mas não sei se confiava totalmente nas suas ações.
- Mentira! Eu te enganei!
- Pena que descobri a verdade antes da sua felicidade se completar, não?
- Certo. Eu usei o Pinguim sim. Com ele fora do submundo, eu teria plenos poderes no crime. Consegui indicar o Pinguim como um fiador. Depois de um tempo, comecei a boicotar os cassinos e implantar homens no bando da ave. Era só uma questão de paciência. E tudo estava correndo bem até você aparecer.
- Quando nos encontramos mais cedo, o que você fazia com seus homens?
- Descarregando armas. Inclusive, a que matou o empresário estava em uma das caixas.
- Como conseguiu duas coisas ao mesmo tempo?
- Mesmo tempo? Ele morreu um bem antes de nos encontrarmos, Batman. A perícia ainda não tinha concluído o trabalho. Você agiu por impulso.
- Sua pena vai ser longa. Contrabando e assassinato.
- As leis que punem esses tipos de ato não me amedrontam.
Ele sacou a metralhadora e a moeda. Arremessar um batarangue e fazê-la cair e rolar me faz ganhar tempo.
- Dessa vez, vamos decidir só eu e você, Duas-Caras.
- Maldito! Minha moeda! Morra, desgraçado!
Rajadas. Ele não sabe onde atira porque procura a moeda. Essa é a única chance de retirar a arma de sua mão e jogá-la para longe. Ele caiu de joelhos, sofrendo a perda do objeto pessoal. Algemas. Agora posso usá-las.
***
- Foi exatamente isso que aconteceu, Comissário.
- Batman, desculpe se duvidamos de sua palavra. Mas chegamos a pensar que você tinha passado para o outro lado.
- Isso nunca vai acontecer, Gordon. Eu tenho meus princípios e valores. Cheguei a pensar que Harvey Dent realmente estava querendo uma segunda chance. Mas ele não honrou com a honestidade.
***
- Alfred, tudo resolvido.
- Senhor Bruce, tudo isso me lembrou uma frase de Pitágoras.
- E qual seria ela?
- Não cometas nenhum ato vergonhoso nem na presença de outros nem em segredo. A tua primeira lei deve ser o respeito a ti mesmo.
- Obrigado, Alfred. Estou voltando para casa.
- Quer que prepare alguma comida, senhor?
- E um banho. Essa sujeira feita por uns dos meus piores inimigos me deixou com fome. Nos vemos assim que eu chegar, Alfred.
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